Temporada 2025 Começa com Voos Épicos no Sertão Brasileiro

Marca histórica no sertão brasileiro! No último dia 13 de outubro de 2025, o jovem piloto da República Tcheca Hugo Hadaš, de apenas 18 anos, decolou de Caraúbas (RN) e registrou um voo de 498 km (OLC) com uma vela EN-B — performance que pode significar o novo recorde mundial da categoria.
Foram 10 horas e 27 minutos no ar, em um dia que começou com o céu coberto de cirrus e sem cúmulos visíveis. Hugo quase desistiu de voar, mas resolveu confiar no feeling sertanejo... e a escolha mudou tudo.
Logo no km 20 de voo, veio um dos momentos mais críticos da jornada: Hugo ficou perigosamente baixo, com apenas 130 metros do chão, após seguir alguns urubus em uma térmica fraca. Parecia que ia pregar, mas aí mostrou perícia de piloto grande, tirou do chão e conseguiu subir de volta — ali, começava de verdade o voo para a história.
“Sem o Lukáš voando ao meu lado e o apoio da Sky Paragliders e da Carcará Adventure, esse voo não teria acontecido. Foi uma experiência incrível e intensa”, disse Hugo.
Durante grande parte do percurso, Hugo e Lukáš voaram juntos, mesmo em condições desafiadoras, com céu azul e pouca marcação de térmicas. Quando passaram do platô, o cenário virou “modo sobrevivência total”: morte azul no visual e estratégia de “aceita qualquer bolha e vamos mais alguns quilômetros”.
O último suspiro veio pouco antes do km 445, com uma térmica forte que o levou a 2600 m e garantiu um planeio final de 40 km sobre uma área de floresta fechada. Quando tudo indicava que o pouso seria forçado, ele encontrou um pouso minúsculo de 15×15 metros. E como se não bastasse o feito, ainda teve que pousar com uma fiação elétrica cortando o meio do espaço.
“Foi meu pouso mais técnico. Usei tudo que aprendi e consegui cravar certinho. Mas a história não acabou aí… o dono da casa próxima achou que eu era um invasor e atirou duas vezes pro alto. Tive que sair andando rápido antes que virasse churrasco tcheco.”
Velas EN-B são conhecidas por sua alta segurança passiva e ótimo desempenho para pilotos em progressão, mas alcançar esse nível de rendimento é raro (menos no Sertão). Com esse feito, Hugo eleva a régua do que é possível na categoria e inspira toda a comunidade global. Uma marca histórica nas terras nordestinas do Brasil — e um símbolo da potência mundial que somos no voo livre.
E você aí… bora pro sertão cravar sua próxima história?