O Brasil acaba de alcançar mais um marco importante no voo livre internacional. O piloto Glauco Pinto, atual campeão brasileiro de asa delta, venceu a temporada 2025 do World XContest, a plataforma que reúne o maior número de pilotos de voo livre do planeta, com 777 pilotos de asa delta inscritos. Glauco somou 2.373 pontos em seis voos, decolando das rampas de Tacima (PB) e Jaraguá (GO) — sendo o mais decisivo um voo de 480 km, realizado no último dia da janela de pontuação, em 30 de setembro.

A conquista tem um peso especial porque o formato do XContest dá maior valor aos voos triangulados, o que historicamente favorece regiões como os Alpes europeus — onde pilotos contam com relevo ideal, boa estrutura de apoio e logística facilitada por alta urbanização e transporte facilitado. Nessas condições e tipo de voo, é comum decolar e pousar no mesmo local, o que torna o voo menos exigente do ponto de vista logístico e físico.

No Brasil, a realidade é outra. Os voos longos em linha reta, como os realizados no Sertão, geralmente terminam a centenas de quilômetros do ponto de decolagem. Isso gera custos logísticos relevantes, especialmente em termos físicos. Após voos de muitas horas, o retorno normalmente acontece durante a madrugada, exigindo muito do piloto mesmo depois do pouso.

Por isso, alcançar uma posição de destaque — e ainda mais, vencer — em uma competição como o XContest exige um atleta de altíssima performance, com planejamento, técnica refinada e dedicação total à modalidade. É nesse contexto que se destaca o mérito de Glauco Pinto e de outros pilotos brasileiros que conseguem competir em alto nível mesmo diante de condições operacionais tão desafiadoras.

Glauco também venceu a temporada 2025 do FAI CIVL World Online XC Contest (WXC), competição oficial da Federação Aeronáutica Internacional, que confere o título de campeão mundial de cross country. Com isso, o piloto brasileiro se torna pentacampeão nas duas maiores plataformas da modalidade, com vitórias no XContest e no WXC em 2016, 2020, 2022, 2024 e 2025.

No parapente, o Brasil também garantiu presença no pódio. Claudio Matos (Claudinho) ficou em terceiro lugar no WXC, após um voo de 495 km decolando de Carúbas (RN) — mais um exemplo do altíssimo nível técnico dos nossos pilotos e da força do cenário nacional no cross country mundial.