Palavra do presidente: apoio às Seleções

07 de julho de 2023 - Por Vinícius Matuk

A cada dois anos acontecem os Campeonatos Mundiais FAI de Asa Delta e de Parapente, onde os principais pilotos do mundo disputam, em 10 dias de provas race to goal, quem são os melhores da atualidade. 

Para se classificar para estes eventos, o piloto deve ter um bom “currículo” de competições. No caso da Asa Delta, deve estar ativo no Ranking Mundial nos últimos 36 meses (com ao menos 20 pontos WPRS) e ter participado de um evento FAI com pelo menos 30 inscritos.

Já no caso do parapente, o competidor deve estar ativo no Ranking Mundial nos últimos 24 meses, figurar entre os 700 primeiros do mundo e ter conseguido pelo menos 40 pontos WPRS em um evento FAI. 

As vagas são distribuídas da seguinte maneira: cada país recebe uma vaga seguindo a ordem do Ranking Mundial, do primeiro ao último país; se ainda sobrarem vagas, volta para o primeiro lugar e assim vai até que todas sejam preenchidas. Caso aconteça de um país não ter mais pilotos elegíveis (conforme os critérios que falamos acima), a vaga é disponibilizada para o próximo país do ranking.

Além da disputa individual, existe o combate de times nacionais. E é aí que essa regra de distribuições fica lógica. No caso da Asa Delta, cada time nacional pode ter até 6 pilotos, sendo que somente os 3 melhores de cada prova pontuam para o time. No caso do Parapente, os times são de até 4 pilotos, sendo que obrigatoriamente um dos pilotos deve ser de gênero diferente dos demais (ex: 3 homens e 1 mulher, ou 2 homens e 2 mulheres), e os 2 melhores de cada prova pontuam para o time.

Cada Federação (Confederação, no caso do Brasil) indica para a FAI quem são seus pilotos selecionados para participar do evento e quais deles farão parte do seu Time Nacional (ou Seleção).

Seleção Brasileira

Nossas seleções são formadas com os melhores pontuadores dos dois anos que antecedem cada um dos Mundiais. As Ligas de Competidores de cada uma das modalidades organizam os rankings levando em conta todos os maiores eventos realizados nos últimos anos e classifica os pilotos de acordo com sua performance em cada um dos eventos. Geralmente os primeiros colocados são selecionados para formar o Time Brasileiro e os demais, por ordem de classificação, recebem vagas avulsas que eventualmente o Brasil recebe.

Apoio da CBVL

Explicada a dinâmica de formação das Seleções, vamos ao “faz-me rir”. Quais são os apoios que a CBVL dá para as Seleções, já que elas vão para esses eventos representar nosso país e nossa entidade?

Todos sabem que a CBVL não possui pessoal suficiente e, portanto, delega a organizadores locais a realização das etapas dos Campeonatos Brasileiros de Asa Delta e de Parapente. Em contrapartida, a CBVL fica com 20% dos valores arrecadados com as inscrições, que ela usa, dentre outras coisas, para custear a equipe técnica dos eventos (Juiz e Apurador, no caso do parapente), a ativação dos trackers, o pagamento das taxas de homologação FAI, etc.

Importante destacar que cada modalidade tem seu “fundo” individualizado, ou seja, a verba arrecadada nas etapas do Campeonato Brasileiro de Asa Delta vai exclusivamente para as despesas da Asa Delta, assim como aquela arrecadada nas etapas do Campeonato Brasileiro de Parapente é destinada apenas às despesas do Parapente.

Em outras palavras: o dinheiro que “sobra” depois das despesas em cada Campeonato Brasileiro de Asa Delta e de Parapente é revertido para cada uma das respectivas Seleções Brasileiras.

É evidente que esse valor não é suficiente para subsidiar todas as despesas de um grupo inteiro competindo por dez dias no exterior – geralmente não é suficiente para pagar nem as mais básicas. Como exemplo, este ano, graças a um esforço enorme da Diretoria e das Seleções e a uma verba que já estava reservada desde 2019, conseguimos custear as inscrições e as passagens aéreas de ambas seleções.

Como ajudar mais

Gostaríamos de poder ajudar com muito mais, mas infelizmente a CBVL não tem recursos para tanto. Algumas pessoas defendem a possibilidade de utilizar o dinheiro do caixa da CBVL, mas partimos do princípio de que o dinheiro arrecadado com as contribuições anuais dos associados deve ser utilizado única e exclusivamente em ações que trazem retorno para todos os associados e não apenas para nossas Seleções.

Entretanto, não estamos de braços cruzados lamentando essa situação. Desde o início de nossa gestão estamos trabalhando em várias frentes para conseguir a famigerada “Certificação 18 – 18A", que viabilizará a obtenção de patrocínios de grandes empresas através de programas governamentais de incentivo ao esporte. Estamos cada vez mais próximos dessa realidade, de forma que já temos confiança de que os próximos mundiais já serão contemplados por esses benefícios.

Esses projetos serão indispensáveis no futuro próximo, uma vez que além das atuais Seleções Brasileiras nas categorias Race to Goal, esperamos ter formado em breve o Ranking Brasileiro de Pouso de Precisão e enviar nossa Seleção para disputar o título Mundial.

Enquanto isso, apoiamos as iniciativas próprias de cada Seleção na obtenção de mais verbas, como a venda de camisetas que está sendo promovida pela Seleção Brasileira de Asa Delta, além de buscarmos mais parceiros para ajudar nessa empreitada. Estamos abertos a todos que se dispuserem a ajudar, seja com patrocínio direto, seja com força de trabalho para atingirmos este e outros objetivos em prol do Voo Livre Nacional.

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