Glauco Pinto: 6 voos perfeitos para conquistar o tricampeonato Mundial

Piloto de asa faturou o Mundial de Cross Country do ranking FAI mais uma vez, mas agora não podia se dar ao luxo de desperdiçar um único voo sequer

01 de novembro de 2022 - Por Guilherme Augusto

Se liga nesta história! Ela fala sobre mais uma incrível marca de pilotos brasileiros na asa delta e a conquista de um tricampeonato Mundial, mas isso não é o mais interessante. O animal mesmo é saber como tudo aconteceu.

Estamos falando da mais recente conquista de Glauco Pinto, agora Tricampeão Mundial de Cross Country do ranking FAI, modalidade Asa Delta. Ele faturou os desafios WXC e XContest, que reúnem os melhores pilotos de cross country do mundo, pela terceira vez.

Sem margem de erro

Funciona assim: os pilotos têm um ano para voar e registrarem seu desempenho. Destes, os seis melhores voos são convertidos em pontos e vence quem faturar o maior número. Então são consideradas apenas 6 decolagens, mas o atleta pode realizar quantas achar necessário para se sair bem no desafio.

Acontece que Glauco decolou apenas 6 vezes. Em virtude de compromissos e da má condição em muitas regiões, o brasiliense conseguiu fazer apenas 6 voos. Ou seja, não houve descartes nem margens para erro! 

Ao final, foram 1.925 km voados, o suficiente para somar 1.929,7 pontos no WXC e 2.011,9 no Xcontest! Saiba os bastidores da conquista na entrevista.

1 - Caramba, 6 decolagens e 6 voos perfeitos! Diz aí, como rolaram as decolagens?

Cara, eu sofri muito com o La Niña, que tá rolando no Hemisfério Sul esse ano, então acabei voando pouco. Consegui fazer três bons voos em Jaraguá e Iporá (Goiás), com  257 km, 298 km e 320 km, então vi meu tempo acabar. Aí foi na coragem. Saí correndo para Tacima (PB), onde já consegui marcas ótimas, e tinha 6 dias para fazer 3 voos incríveis. Deu certo! Fiz 320 km, 390 km e 340 km.

2 - A sua história com o Mundial de Cross Country é curiosa, já que o primeiro título veio ‘sem querer’, em 2016. E agora, também foi algo que simplesmente aconteceu?

Negativo. Desta vez era uma das minhas metas mais importantes do ano e acreditei nela até os 47 do segundo tempo, sem poupar sangue e suor. Sabe aquela história que ‘o jogo só acaba quando termina’? Foi exatamente isso. Ano passado eu perdi por um vacilo e estava determinado que não ia acontecer de novo.

3 - Qual é a sensação de faturar o tri depois de tanto trabalho?

Ah, é incrível. Especialmente por estar fazendo o que eu mais gosto e por conseguir mais uma conquista de nível mundial ao Brasil, país que vive momentos turbulentos e que queremos ver sempre reconhecido internacionalmente.

4 - E agora, foco no tetra?

Com certeza! Mas desta vez vou me organizar para fazer voos mais cedo, sem essa adrenalina extra de final de calendário (risos). Quero fazer voos antes e, como já estão valendo os do próximo ano, pretendo decolar ainda em outubro e novembro. Além disso, a ideia é bater recorde, mas com o La Niña eu não sei se vai rolar, já que a umidade tá atrapalhando um pouco. A meta é faturar o quarto recorde seguido, voando 700 km - ou algo muito perto disso.

5 - Uau, 700 quilômetros?! E isso deve rolar aqui no Brasil?

Ah, para mim o Brasil continua sendo referência em voos de longa distância, mas tenho planos de conhecer outras regiões também. Penso em explorar lugares como o Paraguai e Argentina, no verão, e também fazer triângulos na Europa ou no Texas quando for possível.

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