O piloto Lucas Porto praticava Hike and Fly há 18 anos e tinha um sonho: a Transcapixaba, uma grande aventura da modalidade inspirada no famoso Red Bull X Alps. E foi motivado por ele que o capixaba percorreu mais de 700 km voando e caminhando.

Para ser exato, foram 260 km de voo e 445 km a pé, em trilhas e montanhas. O desafio rolou em fevereiro de 2022 e motivou novas aventuras, que podem acontecer em breve. E é para inspirar você a correr (e voar) atrás de seus sonhos que nós contamos essa história!

Transcapixaba: 700 km de hike and fly

Foram necessários 16 dias para cumprir a missão, onde Lucas contou com a companhia dos amigos John e Christian Boettcher e também da esposa - e suporte - Micheli Sossai. Tudo começou pelo roteiro.

Eles partiriam de Vila Pereira (Nanuque - MG) e percorreriam todo o Espírito Santo no sentido Norte a Sul, até chegar em Mimoso do Sul, já na divisa com o Rio de Janeiro. Traçar o melhor caminho, de montanha em montanha, exigiu muitas horas de trabalho sobre mapas de todo o estado, claro.

Ao final de cada dia era feito o roteiro do próximo, com base no rendimento atual. Assim, usaram rampas oficiais e naturais. Micheli ia na frente, de carro, estudando rotas e procurando lugares para dormir, comer e tomar banho… mas nos primeiros dias não teve jeito e a galera contou com a colaboração de moradores e dormiu em barracas. Eram cerca de 40 km de caminhada diária sob o sol de fevereiro.

E esse tempo louco, hein?

Fevereiro foi o mês escolhido com base em uma série de critérios, sobretudo meteorológicos. Porém, quis o destino que, mesmo adiando o dia de partida, a travessia encontrasse a chuva todos os dias.

Este foi o maior desafio da viagem. De quebra, reduziu as oportunidades de voo e esticou as caminhadas. Além disso, agora elas aconteciam sobre o piso escorregadio das trilhas e tomavam mais tempo, adentrando madrugadas, muitas vezes.

 

Mas valeu a pena?

O quarteto é puro orgulho. Concluir o Transcapixaba foi um sonho e também uma grande experiência de vida.

A travessia oportunizou conhecer o Espírito Santo profundamente, seu relevo e sua gente. Fizeram amizades pelo caminho e até hoje recebem ligações de moradores que cederam em suas casas espaço para dormir ou comer. Também fortaleceu o vínculo entre Lucas, Micheli, John e Christian. 

Com a palavra, o aventureiro Lucas: “Vencer esse desafio foi algo indescritível e que levarei para a vida toda. Devido a condição climática, durante os 16 dias, caminhei 445 km e voei 260 km, ter tido força para suportar as caminhadas na chuva, até a madrugada, me mostraram o quanto sou forte e capaz. Cada segundo foi valioso em toda a travessia”.

 

E vão rolar outras travessias?

As dificuldades logísticas e meteorológicas acabaram mostrando que há várias rotas possíveis para realizar o Transcapixaba - reforçando o desejo de fazê-lo agora por outros caminhos. Segundo Lucas, a próxima aventura já está nos planos e, preferencialmente, com condições climáticas ‘mais favoráveis’.