Brasil encerra Mundial de Parapente na quinta posição

Evento reuniu a elite do esporte em Loma Bola, na Argentina

17 de novembro de 2021 - Por Guilherme Augusto

Missão cumprida. Nesta semana nossos atletas retornam da Argentina, onde representaram o Brasil no 17th World Paragliding Championship. O Mundial de Parapente rolou de 31 de outubro a 13 de novembro em Loma Bola, na região de San Miguel de Tucumán.

A comitiva brasileira esteve composta pelo team leader Moisés ‘Moka’ Sodré e 7 atletas: Caio Henrique Buzzarello; Cristiano ‘Vermelho’ Ricci da Silva; Gilberto Raposo; Gilmar de Couto; Marcella Uchoa; Rafael Saladini; e Ronnie Koerich. Eles contaram com grande apoio da CBVL, tanto institucional quanto financeiro, essencial para financiar parte do investimento envolvido na ação internacional.

Desta forma, a Confederação destinou cerca de R$ 50 mil para despesas com transporte e inscrições, aplicando o mesmo padrão dos mundiais de Parapente e de Asa Delta de 2019. Ao todo, nos últimos anos foram investidos mais de R$ 125 mil na projeção internacional do esporte através do fomento às nossas seleções.

Dureza

Como era de se esperar da primeira edição do evento pós pandemia, foi uma competição atípica, com surpresas (sobretudo nas escalações) em praticamente todas as delegações. O clima também surpreendeu, com predomínio de condição fraca e até alguns dias de chuva. Foram 6 provas válidas.

Ao final, o Brasil obteve a quinta posição, somando 9.616 pontos. Na frente ficaram Polônia (no quarto lugar, com 9.732 pontos), Chéquia (em terceiro, 9.864) e Suíça (em segundo, com 9.962). O vencedor foi o Reino Unido, com 10.092 pontos.

Já no individual o título foi ao britânico Russell Ogden, que conquistou 3.852 pontos. O troféu entre as mulheres foi entregue à suíça Yael Margelisch. Com 3.699 pontos, ela ainda ficou em 18º na Open.

Beliscamos o pódio

Nosso resultado final foi prejudicado por uma penalização. Até o quinto dia estávamos na terceira posição, a apenas 6 pontos do vice-líder, quando mais de 20 pilotos acabaram invadindo o espaço aéreo e tiveram suas pontuações reduzidas.

Entre eles, um brasileiro, que excedeu o limite em 15 metros e viu sua nota ser cortada pela metade. Desta forma, a delegação brasileira caiu para o sétimo lugar e depois ainda conseguiu recuperar duas posições.

Mesmo sem o bronze, a avaliação do team leader Moisés ‘Moka’ Sodré foi muito positiva. “O fato de ficarmos fora do pódio não diminui a grandiosidade da equipe. Nosso time tem um grande potencial, atletas talentosos com perfis próprios e foi muito elogiado durante a competição. Acredito que temos total capacidade de conquistarmos este caneco futuramente”.

Um garoto entre os melhores do mundo

Qual seria a sua meta pessoal se estivesse participando de um Mundial pela primeira vez? O estreante Caio Buzzarello queria contribuir com a equipe, ganhar experiência, voar bem… e saiu de lá entre os melhores do mundo!

O catarinense de 20 anos se adaptou rapidamente à região, fez boas provas e conquistou 3718.2 pontos. Assim, terminou na 11ª colocação, a apenas 2 pontos do top10. Foi o melhor resultado individual de um piloto brasileiro nesta edição.

“Só participar já é um sonho de qualquer piloto de competição e sair de lá nesta posição foi acima das minhas expectativas, até porque foi o meu primeiro mundial. Na minha frente chegaram apenas multicampeões, caras muito experientes, campeões mundiais, isso sem falar que fiquei na frente de grandes nomes do voo”.

Caio acredita que a chave do sucesso foi conseguir voar bem todos os dias e sua rápida adaptação ao clima de Loma Bola. “O tempo estava úmido, a condição era fraca, com cordilheiras, as provas ficavam arrastadas e técnicas. Para mim, uma condição que lembra a minha região. Os dias foram passando e fui me dando bem, voando entre os primeiros, chegando junto do pelotão, fazendo por merecer”.

E o desempenho por equipes? “Estávamos muito bem nos primeiros dias, dava para sentir o pessoal nos respeitando. Mesmo fora do pódio, ao final conseguimos ficar com dois pilotos entre os 20 melhores e mostramos o grande potencial que o Brasil tem no esporte”.


Mundial de Parapente 2021: resultados

  • Equipes
    Campeã: Reino Unido
    Vice: Suíça
    3º: Chéquia
    4º: Polônia
    5º: Brasil

  • Open
    Campeão: Russell Ogden (Reino Unido)
    Vice: Honorin Hamard (França)
    Caio Buzzarello: P11
    Gilmar de Couto: P17
    Gilberto Raposo: P22
    Rafael Saladini: P38
    Marcella Uchoa: P47
    Ronnie Koerich: P69
    Cristiano Vermelho Ricci: P75

  • Feminino
    Campeã: Yael Margelisch (Suíça)
    Vice: Seiko Fukuoka (Japão)
    Marcella Uchoa: P4

Veja os resultados completos em: pgworlds.live/scores/

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